Não teve artista no enterro de Raul Seixas. Nós sempre estivemos à margem e carregávamos isso com muito orgulho, por não fazer parte dessa corja, dessa panelinha, desse oba-oba, desse puxa-saquismo, dessa coisa de profissionalismo institucionalizado, que obriga você a ser gentil, cortês, educado para receber favores em troca de seu bom comportamento. A gente nunca se submeteu a este tipo de postura. Isso é romântico, caramba! Fizemos cinqüenta shows, fomos assistidos por duzentas mil pessoas e não tivemos uma matéria na Rede Globo. Mas as casas, os auditórios estavam sempre cheios de pessoas para ouvir o que tínhamos a dizer. Então, este orgulho romântico, ingênuo, se justifica na medida em que nós conseguimos usar a espada de Ivanhoé contra o raio laser do sistema. A gente não queria conquistar o mundo, sabíamos de nossas limitações e do nosso lugar. Isso também é muito importante, porque a coisa do sucesso nunca embriagou Raul. Ele se embriagava, mas não de sucesso... E nem embriagou a mim.

marcelo nova

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